RPG e mundos fantásticos estão diretamente conectados. Mas isso você já sabe, certo?
Se entrou neste artigo é porque existe uma série, anime ou filme que não sai da sua cabeça e você precisa jogá-lo.
Relaxa, Rpgista é assim. Você pode ser o mais clássico dos jogadores, que um dia vai surgir aquela história que te fará pensar:
“Nossa, eu preciso adaptar isso para minha próxima mesa!”
E isso é ótimo, pois adaptações estão nas raízes do RPG como o conhecemos!
Se você leu meu guia completo sobre classes (confira AQUI), viu que muitas vieram de obras famosas na época como Senhor dos Anéis, Drácula de Bram Stoker e Conan.
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Mas pegar um ou outro fator é fácil, todo mundo faz isso. Você quer aquele mundo incrível e adaptá-lo inteiramente pro seu RPG com todos os seus detalhes, histórias e regras.
E essa pode ser uma tarefa difícil… Mas seguindo as dicas deste artigo vai conseguir fazê-la e, principalmente, de forma mais rápida, eficiente e divertida do que imagina!
Então pegue seus materiais e vamos adaptar!
Defina seus Objetivos
O Propósito
Para que servirá sua adaptação? Vai ser apenas para diversão do grupo ou pretende divulgá-la? O quão profissional e detalhado você quer e pode ser?
Estas não são questões aleatórias. Saber exatamente o propósito de seu projeto evitará perda de tempo, exageros e decepções, te fazendo focar apenas no objetivo escolhido.
Uma adaptação rápida para uma oneshot com os amigos pode ser feita em minutos, já um e-book publicado com qualidade vai pedir muito mais tempo e preparo.
Comece pequeno
É normal nos animarmos para transformar um projeto pequeno em algo enorme que, sinceramente, não costuma acabar bem, então… Vai com calma.
Faça o necessário e só depois pense em crescer se houver espaço e necessidade para tal, na maioria das vezes você precisará apenas do básico pra fazer boas histórias.
Inclusive, se a ideia for uma one shot você vai querer ver as dicas desse artigo e se a ideia for uma campanha, esse com certeza te ajudará em cenários adaptados ou não.
O Cenário
A parte mais importante de uma adaptação é o que será adaptado.
Mas por mais que você o conheça, nem sempre será fácil adaptar um novo universo para dentro do jogo.
Podemos definir o nível de trabalho necessário para adaptar um cenário a partir de dois pontos básicos: Conteúdo e Complexidade.
Vamos ver um pouco de cada:
Conteúdo
A quantidade de informação em um universo ficcional varia bastante. De cenários minimalistas até mundos inteiros repletos de reinos, personalidades, eventos históricos nas mais variadas mídias.
Ao começar uma adaptação é necessário saber o quanto será usado daquele mundo pro jogo, essa é a primeira e mais importante etapa de seu projeto.
Imagine que queira adaptar uma história rica em conteúdo como Senhor dos Anéis ou One Piece, se você tem um foco em mente do que vai jogar pode não ser necessário adaptar todo o universo de uma única vez.
Dicas para estipular limites em sua adaptação
– O cenário tem uma história longa? Em qual momento dessa história seu jogo acontecerá? Foque-se nela.
– Seu cenário tem muitos locais com diferentes culturas? Escolha uma região para ocorrer seus jogos e expanda aos poucos conforme a necessidade.
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– Existe uma grande quantidade de raças, criaturas e culturas pelo mundo? Foque-se apenas nas da região e época escolhida.
– Existe uma grande quantidade de habilidades, poderes, magia ou qualquer outra complexidade do tipo? Foque na que ocorre no recorte do cenário feito nas últimas dicas e do que os jogadores pretendem fazer.
Seguindo essas dicas você corta muito conteúdo inútil que adaptaria para seu jogo e não perderá qualidade, podendo expandir o material conforme a necessidade, como já foi indicado anteriormente.
Caso o universo adaptado seja multimídia você pode se focar apenas nos livros, mangás ou jogos criados. Alguém que queira adaptar o universo cinematográfico da Marvel não precisa gastar tempo e recursos lendo as HQs, por exemplo.
Complexidade
Se o conteúdo está ligado com a quantidade de informação de uma obra, a complexidade, por sua vez, indica quão difícil é trabalhar suas regras dentro do jogo.
Dessa forma, complexidade não está ligada ao tamanho ou qualidade da obra, apenas da dificuldade de adaptá-la para um sistema.
Usando os exemplos citados anteriormente, seria muito mais difícil adaptar com detalhes todas as regras de One Piece, uma alta fantasia com super poderes, raças e ambientes únicos do que Senhor dos Anéis, que é uma baixa fantasia mais realista e, por isso, mais fácil de se adaptar.
Caso siga as dicas do tópico anterior sobre conteúdo, automaticamente irá reduzir a dificuldade de adaptar as regras do mundo em questão.
Mas pra frente nesse artigo quando chegarmos na parte de sistemas voltaremos a esse tópico, então fiquem ligados.
Agora que já falamos sobre os principais pontos de um cenário, precisamos falar do que nos dará a informação para ser adaptada, precisamos falar sobre…
Quais fontes utilizar
Se a adaptação é literária, você pode pensar em reler o livro para adaptar seu cenário, se for um filme rever a obra deve bastar, mas será que estas são realmente as melhores fontes pro seu conteúdo? Nem sempre.
É claro, se estiver pensando em um cenário antigo ou pouco conhecido, rever o original pode ser o melhor caminho, mas também será o mais trabalhoso de todos.
Isso porque uma obra tem como objetivo entreter e não apenas apresentar suas informações de maneira objetiva. Desse modo, informações importantes podem ser guardadas para o final, e outras tão relevantes quanto serem apresentadas lentamente, de forma fragmentada por toda trama.
Como entretenimento isso é ótimo, mas como trabalho de pesquisa é terrível.
E é aí que entra a internet.
Se seu material de pesquisa for recente ou suficientemente famoso provavelmente haverão sites, fóruns e wikis especializadas no assunto, feitas por fãs do mundo inteiro.
Estas fontes são feitas para apresentar de modo rápido e instrutivo informações daquele mundo e seus personagens, então usá-los para adaptar a obra economizará horas, talvez dias de pesquisa que teria de outros jeitos.
Não tenha medo de usar todas as fontes disponíveis para adquirir conhecimento e não ignore canais no YouTube, podcasts ou qualquer outra mídia que possa te aprofundar no assunto de forma rápida.
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Busque adaptações já feitas
Não há nada de errado em querer criar um projeto, mas se a ideia é apenas experimentar aquele mundo talvez alguém já tenha se dado ao trabalho de fazê-lo antes.
Gaste um pouco de tempo e pesquise se existem projetos, PDFs ou jogos prontos baseados no cenário que quer adaptar. Talvez você não vá usá-lo totalmente, mas pode te guiar e facilitar o processo de desenvolvimento de sua própria adaptação.
Ou talvez ela seja uma adaptação perfeita e resolva seu trabalho em alguns minutos… Pode acontecer.
O Sistema
RPG é feito de ambientação, mas também de regras.
Saber quais regras usar, mudar e excluir facilitará seu trabalho e aumentará a imersão dos jogadores dentro do mundo não apenas pelo cenário, como também na criação de personagens e mecânicas de jogo.
Por isso, antes mesmo de começarmos esse processo de edição precisamos decidir alguns pontos:
Qual sistema usar
Existe uma infinidade de sistemas pelo mundo… Grandes, pequenos, famosos ou indies, cada um deles trará mecânicas, visões de jogo, loopings de gameplay e toda uma série de características que afetarão nossa adaptação profundamente.
Dessa forma saber qual usará como base é fundamental para um projeto de qualidade.
Anteriormente falamos sobre a complexidade do cenário, e agora retornamos a ela.
Quanto mais complexo forem as regras de seu mundo, mais difícil será adaptá-las para o RPG, pois mais difícil será encontrar mecânicas oficiais que emulem com precisão o que você deseja.
Adaptar um anel que te deixa invisível como em O Hobbit é fácil, a maioria dos sistemas conseguirão fazer isso. Adaptar com precisão o Um Anel do Senhor dos Anéis (que ironicamente é o mesmo artefato) já é um pouco mais difícil, e adaptar tudo o que um pirata que estica de One Piece pode fazer vai simplesmente quebrar certos sistemas.
Isso significa que adaptar sistemas complexos está fadado ao fracasso ou desequilíbrio mecânico? Claro que não. Mas você precisará seguir algumas dicas que são válidas para qualquer cenário, mas que especialmente nestes casos se tornam ainda mais valiosas.
Seu cenário já tem um jogo?
Essa possibilidade cresceu muito nos últimos anos. Você pode não saber, mas tem se tornado um padrão a adaptação de grandes franquias do cinema, TV e animações no geral ganharem RPGs temáticos.
Alien, Avatar, Senhor dos Anéis, Game of Thrones e muitos outros possuem material próprio de alta qualidade com cenário e regras feitas especificamente pros seus universos.
Antes de se dar ao trabalho de criar algo vale a pena procurar se não existe algo feito e o quão acessível é obtê-lo. Muitos inclusive possuem versões de testes gratuitos.
Sistemas genéricos
Se não possui um sistema oficial, o segundo caminho mais indicado são os sistemas genéricos.
Estes sistemas possuem conjunto de dicas e regras para adaptar todo tipo de história, justamente o que você quer fazer. Cada um terá certos estilos que emulam melhor, então vale a pena pesquisar e estudar algum deles para fazer seu projeto.
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Alguns sistemas genéricos são 3D&T, FATE, GURPS, Savage Worlds, C4, Risus, FU RPG, Mutantes & Malfeitores e Dominus.
Sistemas adaptados
Você pode ser fã de D&D e realmente querer jogar Star Wars, mas também sem a menor vontade de aprender um novo sistema genérico ou focado na franquia em questão.
É errado adaptar Star Wars para D&D? De forma alguma. Só vai dar mais trabalho, mas é possível e pode se tornar surpreendentemente bem feito.
Adaptar sistemas com temáticas específicas para cenários diferentes é uma tarefa arriscada, pois seu conjunto de regras foi feito pensado em uma fantasia de poder e contexto diferente daqueles que sua adaptação busca.
É claro, se seu universo foi similar ao do sistema específico as coisas ficam mais fáceis, mas no geral, quanto mais distante tematicamente e quanto mais complexo for seu cenário menos valerá a pena adaptá-lo para um sistema específico.
Isso é, a menos que você use…
Seu sistema favorito
É, você é uma lenda jogando Call of Cthulhu e decidiu que vai adaptar Godzilla VS King Kong nele.
Primeiramente, te dou parabéns pela coragem. De modo geral as chances de ser uma adaptação terrível são enormes (o filme ser péssimo colabora com isso) mas você se garante, seu conhecimento transcende a realidade naquele sistema específico e você sabe que é possível.
E bem, talvez seja.
Se seu conhecimento prévio em um determinado sistema for amplo ele pode superar a dificuldade de adaptar algo fora do escopo do jogo em questão e fazer algo não ironicamente bem feito.
Ainda assim, recomendo que pesquise o que indiquei nos tópicos anteriores, você, no mínimo, vai expandir seus conhecimentos e adquirir novas ideias. Trabalhar apenas em cima do que conhece pode facilitar sua vida, mas também te coloca numa zona de conforto bastante desconfortável a longo prazo.
Junte tudo e jogue!
Você estudou seu cenário e escolheu seu sistema, o principal está feito!
Agora é trabalho braçal. Liste as principais regras que terá que editar e criar e mãos a obra, o restante é contexto, cenário e detalhes.
Se a ideia é focar nas regras e tiver em mãos materiais de qualidade para a ambientação como wikis, vídeos no YouTube ou artigos, use-os como fonte e economize tempo. Se estiver pensando em editar o conteúdo veja a forma mais direta e interessante de apresentá-lo e não esqueça de botar imagens, vídeos e hiperlinks no que precisar.
Após definir o básico não esqueça de testar sua adaptação, o seu foco inicial era esse, certo?
Às vezes, depois de tanta pesquisa, o trabalho finalizado pode perder um pouco do brilho inicial, mas divirta-se no processo e foque no necessário para poder jogá-lo.
E quando estiver vivendo aventuras incríveis naquele cenário que por tanto tempo desejou experimentar todo esse trabalho terá valido a pena, posso te garantir.
Qual adaptação gostaria de ver?
E depois de ler tudo isso só me resta pensar que tem algum cenário pronto para ser adaptado! Qual seus projetos e o que pretende fazer? Conta pra gente!
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Quem sabe uma dessas sugestões de adaptação de cenários não surge no futuro em um artigo?
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